domingo, 28 de janeiro de 2018

Vexames no BalMasqué 2018

                                                               

Blog de Maria Helena do Nascimento

Reprodução do Blog de João Alberto
http://www.joaoalberto.com/2018/01/28/vexame-de-jojo-todynho-rouba-a-cena-no-balmasque-festa-anuncia-anitta-como-atracao-para-2019/

Por Diogo Carvalho
Tinha tudo para ser mais uma noite mágica de glamour em mais uma edição do mais tradicional baile de carnaval de Pernambuco. Mas o tiro de uma funkeira carioca ofuscou a festa de 70 anos do Balmasqué, realizada na noite do último sábado, no Clube Internacional. Dona do maior hit do verão – a grudenta Que tiro foi esse? -, Jojo Todynho era a atração mais esperada da ocasião, uma vez que faria sua primeira apresentação no Recife. O problema foi que o que rolou, de fato, foi um show de vexame.
Provavelmente, não será a linda decoração de Romildo Alves, a simpatia da família de anfitriões Gil Rodrigues ou mesmo a homenagem ao rei do carnaval Alceu Valença que ficarão na memória dos foliões que foram ao evento. A performance de Jojo Todynho no Internacional foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais na manhã deste domingo. Por volta das 3h15, a morena de seios fartos subiu ao palco, com certa dificuldade, usando uma bota ortopédica, depois de ter sofrido uma lesão na perna em Salvador. Num repertório sem pé e nem cabeça, tentou fazer um pout-pourri de funks proibidões, sucessos de Anitta, Pabllo Vittar e até hits sertanejos, sem nunca terminar uma música por completo, deixando o público e o próprio DJ sem entender para qual caminho o show estava indo.                                                  
Ao longo de quase uma hora de apresentação, mais soltou bordões da periferia carioca e fez piadas sem graça do que cantou. Talvez, seja até uma fórmula que funcione nos bailes funks do Rio de Janeiro. Mas em uma prévia carnavalesca, o público estava ali para dançar (o que, infelizmente, não foi possível). Desafinada, ora perdia a voz no meio de um verso, ora jogava o microfone para os poucos fãs encerrarem a música. Nem mesmo na hora da sua canção de trabalho (Que tiro foi esse?), lá pelo meio do show, conseguiu levantar a plateia, que aos poucos deixava o baile, sem entender o que estava acontecendo. Se quiser mesmo se firmar no mercado, vai precisar trabalhar e ir muito além de “um hit de verão”.
Depois da velha piada sobre os tubarões na praia “que ela não lembra o nome”, Jojo disse que ia prestar uma homenagem ao frevo e puxou os versos de Allah-la-ô (de Carlos Galhardo)… Mais perdida impossível! Saiu do palco ao som de um playback da própria música, dando um sorrisinho sem graça, debaixo das vaias de alguns e da alegria de outros que, enfim, viram a hora do show da banda baiana Babado Novo, que animou os pouco remanescentes até o nascer do sol.  
Preta Gil
Outra apresentação que também deu o que falar foi a da cantora Preta Gil, que fez um show reduzido depois de um longo atraso para subir ao palco. Em comunicado, a produção da cantora comentou que Preta se sentiu frustrada com o pouco tempo dado a ela na noite do sábado e culpou a produção do evento pela falta de espaço em seu camarim para se produzir, receber os fãs e a imprensa, o que a fez voltar para o hotel. “A cantora chegou poucos minutos antes, direto para o palco, quando foi informada que deveria cantar por apenas 20 minutos. Durante a apresentação, a equipe da artista sofreu ameaça de desligarem os equipamentos se ela não saísse do palco. E Preta precisou concluir sua apresentação com 32 minutos”.
Nessa meia hora, começou a apresentação de maneira morna, com músicas próprias não tão conhecidas do grande público, além do dueto Decote, com Pabllo Vittar. Mas o público foi ao delírio quando ela cantou o sucesso Sinais de fogo e prestou uma homenagem ao frevo pernambucano, convidando dois passistas com síndrome de Down para dançarem no palco.                                                        
O baile
No quesito decoração, o BalMasqué continua sendo um dos mais glamourosos da cidade. Para celebrar os 70 anos da festa, Romildo Alves apostou no brilho e no dourado para cobrir o teto do salão principal, que recebeu o desfile das luxuosas fantasias. Pela primeira vez, não houve o tradicional concurso de máscaras. Mas o presidente do Internacional, Jorge Gil Rodrigues, resolveu premiar com honrarias cinco artistas hors concours, que mais venceram a disputa ao longo dos últimos anos: Guilherme Lima, José de Paula de Amaral, Manoel Ferreira Filho, Cazuza e Sandra Farias.
Cheio, mais ainda assim com um público claramente menor que o de anos anteriores – em 2017, Claudia Leitte e Saulo arrastaram uma enorme multidão ao clube -, o baile este ano precisou competir com outras grandes prévias do sábado, como a prévia do bloco De bar em bar (lotado). Mesmo sendo conhecido por ser uma das festas oficiais dos políticos e autoridades do estado, nem mesmo o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio compareceram ao evento. Homenageado da noite, Alceu Valença foi um dos shows mais empolgantes. Vale elogiar também as performances de Silvana Salazar e da banda baiana Babado Novo.                                              

Como promessa para a edição 2019, a organização do BalMasqué já anunciou a cantora Anitta como atração principal. Uma maneira de compensar, talvez, as atrações de menor apelo de público deste ano. De fato, sem nomes de peso nacionais (como os escalados para festas do grupo Carvalheira e de outros blocos), fica difícil competir pelo público, cada vez mais interessados em assistir aos shows do que mergulhar no clima dos bailes. Um bom exemplo é o tradicional Baile dos Artistas, que também foi realizado no último sábado, no Baile Perfumado, e amargou um público ainda menor. 
                                                                    
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